Luta e Solidariedade em defesa e apoio à “REFORMA AGRÁRIA – A Revolução no Alentejo” e Sul do Ribatejo foi uma constante que mobilizou, de Norte a Sul todas as forças progressistas da sociedade portuguesa entre 1975 e o início dos anos 90, anos em que, com a Lei do Latifúndio” de Cavaco Silva/PSD, se consumou o seu bárbaro assassínio.
Não será exagero afirmar-se que a “Revolução Agrária” foi uma das conquistas de Abril que mais acções de solidariedade gerou, em sua defesa, na sociedade portuguesa. Portuguesas e Portugueses, de todos os sectores de actividade e de Norte a Sul do País, participaram, das mais diversas formas, em acções de solidariedade para com a “Revolução Agrária”.
Ofertas materiais, sobretudo em máquinas e alfaias, jornadas de trabalho, participação em manifestações e comícios, sessões de esclarecimento, espetáculos de solidariedade, mobilizaram durante todos estes anos a atenção de centenas de milhares de cidadãos, não sendo poucas as crises políticas geradas pela resistência à “CONTRA REFORMA AGRÁRIA – Terror, Destruição e Morte no Alentejo” e Sul do Ribatejo.
Momento alto da luta e solidariedade para com a “Revolução Agrária” foi sem dúvida o autêntico “levantamento nacional” que se verificou quando foi conhecido o projecto de “Lei Barreto”, que deu início e força à “CONTRA REFORMA AGRÁRIA – Terror, destruição e Morte no Alentejo” e Sul do Ribatejo.
Foram muitas, mesmo muitas, as centenas de milhares de Portuguesas e Portugueses que se mobilizaram de Norte a Sul em defesa da “Revolução Agrária” e contra a famigerada “Lei Barreto”/Mário Soares.
António Barreto ficará para sempre na História como o principal coveiro da “REFORMA AGRÁRIA – A Revolução no Alentejo” e Sul do Ribatejo e, por mais branqueamentos que lhe façam, como autor de algumas das páginas mais negras, de todas as negras páginas, da “CONTRA REFORMA AGRÁRIA – Terror, Destruição e Morte no Alentejo” e Sul do Ribatejo.
FORAM 15 ANOS DE LUTA E RESISTÊNCIA DOS HEROICOS E SOFRIDOS TRABALHADORES, HOMENS E MULHERES, DA “REVOLUÇÃO AGRÁRIA”. FORAM 15 ANOS DE FORTÍSSIMA SOLIDARIEDADE DOS SECTORES MAIS PROGRESSISTAS DA SOCIEDADE PORTUGUESA.
Mas a Solidariedade para com a “A REFORMA AGRÁRIA – A Revolução no Alentejo” e Sul do Ribatejo extravasou fronteiras, gerando relações e acções extraordinárias de apoio e solidariedade quer nos Países de orientação socialista, com destaque para a União Soviética e Republica Democrática Alemã (RDA), quer em Países Capitalistas como a França, a Espanha, a Bélgica, a Alemanha, a Inglaterra, a Holanda, a Suíça ou o Luxemburgo… o documento que reproduzo com estas “Notas e Reflexões” são disso testemunho.
Mas separemos as águas e clarifiquemos que, enquanto a solidariedade nos Países de orientação socialista foi assumida não apenas pelos seus respectivos povos mas também ao nível dos seus Estados, nos Países capitalistas a solidariedade foi sempre oriunda dos respectivos Povos não tendo havido qualquer solidariedade ao nível dos respectivos estados, bem pelo contrário, da parte destes só há registos negativos como o não fornecimento de material sobressalente para a manutenção de máquinas agrícolas ou ingerências descaradas em defesa dos interesses de alguns grandes agrários oriundos dos mesmos.
A Solidariedade, mais do que os resultados materiais, que foram muitos e muito significativos, só a oferta em máquinas da União Soviética representou na altura mais de meio milhão de euros, tinha, sobretudo um valor que não é passível de quantificar em euros, que era o ânimo e a confiança que incutia em quem tinha que enfrentar no quotidiano um Estado que agia como um “fora-da-lei”, recorrendo a todos os meios repressivos ao seu dispor, para garantir na sua destruição. Só a extrema determinação e garantir o sucesso da produção , e o saber que a sua justeza da sua luta encontrava eco não só em todo o País mas também fora dele constituía um estímulo extraordinário para o prosseguimento firme e determinado não só no enfrentamento permanente do exército de ocupação como no prosseguimento da batalha da produção em que sempre venceram.
Sim! A Solidariedade FOI, É, SERÁ SEMPRE, um muito importante estímulo para quem luta pela LIBERDADE-DEMOCRACIA-SOCIALISMO.
A “REVOLUÇÃO AGRÁRIA” BENEFICIOU DE UMA ENORME SOLIDARIEDADE. PODE-SE AFIRMAR, COM FUNDAMENTADO ORGULHO, QUE OS SEUS OBREIROS SOUBERAM HONRAR A MESMA COM A SUA FIRME E DETERMINADA LUTA, SEM DÚVIDA A MELHOR HOMENAGEM QUE PODERIAM PRESTAR A QUEM, COM ELES E POR ELES, LUTOU.
UMA LUTA SECULAR QUE CONTINUA…
