“ALENTEJO – Políticas e Instrumentos para o Desenvolvimento” foi o lema sob o qual se reuniu o 9º Congresso sobre o Alentejo, em Estremoz, nos dias 26.27 e 28 de Setembro de 1997.
A necessidade da institucionalização urgente da Região Administrativa do Alentejo foi, a par de Alqueva, uma das suas principais conclusões levadas até ao Presidente Jorge Sampaio, tendo em conta a sua importância para o desenvolvimento
O Relatório sobre as audições efectuadas junto dos 47 municípios alentejanos, através das respectivas Assembleias Municipais, pela Comissão da Administração do Território, Poder Local, Equipamento Social e Ambiente, concluído em 11.3.1997, na sequência da deliberação da Assembleia da República de 2.5.1996, deliberação tomada logo após o 8º Congresso sobre o Alentejo, extraordinário e dedicado à regionalização, realizado em Abril do mesmo ano, não deixavam margem para dúvidas sobre o pensamento dos legítimos representantes do Alentejo.
42 dos 47 Municípios, pronunciaram-se favoravelmente à regionalização. Dos 42 que tomaram posição, 31 pronunciaram-se em defesa de uma só Região, 8 (7 do PS e 1 do PSD) não se pronunciaram em relação à solução concreta, embora fosse pública a posição do PSD em defesa de uma só Região, e apenas 3 das 14 Assembleias Municipais em que o PS era maioria, se pronunciaram favoravelmente à divisão do Alentejo.
Dos 5 que não se pronunciaram, todas do distrito de Portalegre, 4 eram PSD e 1 PS.
(veja aqui o Relatório completo: https://wp.me/pdfece-u3 )
Os números mostram mais uma vez que nem PS, nem PSD, eram coerentes com o que proclamavam o que é indissociável das negociatas cozinhadas entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Guterres, cara e coroa da mesma moeda, falsa moeda.
O PSD, que assumia publicamente e com grande alarde a defesa da regionalização e uma só região, remeteu-se ao mutismo na hora de se pronunciar.
O PS, que apresentara um proposta de Lei em que defendia 2 regiões, que fugia ostensivamente aos debates em que a regionalização era discutida, refugiando-se numa postura sectária e anti-comunista, nem o seu projecto defendeu fugindo a pronunciar-se favoravelmente à sua solução divisionista.
Registe-se que no 9º Congresso se fizeram representar 45 dos 47 municípios Alentejanos. Apenas Ferreira do Alentejo e Almodôvar estiveram ausentes. Percebem-se tais ausências. Afinal, a Federação do Baixo Alentejo do PS era o pivot das manobras divisionistas do PS em matéria de regionalização e a ambição desmedida de alguns dos seus dirigentes servia à perfeição a estratégia anti-regionalista da Direcção do PS.
Ao convite dirigido aos líderes partidários com maiorias em municípios do Alentejo, PCP, PS e PSD, apenas o Secretário Geral do PCP, Carlos Carvalhas, respondeu ao convite e esteve presente. Não me parece difícil compreender a lamentável ausência dos líderes do PS e PSD, unidos e apostados que estavam em impedir, a qualquer preço, o triunfo dos que, nos seus próprios partidos, defendiam, com convicção, a Regionalização.
A Feira dos Municípios, organizada no quadro do 9º Congresso, constituiu uma agradável e aplaudida inovação.
Os médias nacionais estiveram mais uma vez ausentes… como sempre falou mais alto a “voz do dono”! Nada de novo…
