JAIME SERRA

José Soeiro

10.2.2022   · Conteúdo partilhado com: Público

QUE FAZER?

SEGUIR O SEU EXEMPLO…

Seguir o seu exemplo, e o de tantas e tantos outros Revolucionários Humanistas, aspirar a sermos um pouco melhores do que aquilo que hoje possamos ser, fazer um esforço para o conseguir, e assim, prosseguir a luta indispensável para alcançar o mundo melhor pelo qual Ele e tantas outras e outros lutaram no último século… porque só com a luta, muita e contínua luta, se poderão vencer e ultrapassar as compreensíveis resistência dos que, com diferentes matizes que importa não ignorar, os interesses capitalistas defendem…

Esforço que será sempre pequeno quando comparado com aquele que Ele e tantos outros fizeram na luta sem tréguas contra a exploração e opressão capitalista, contra essa sua tenebrosa e extrema forma do exercício do poder, a ditadura fascista, causa de miséria, fome, atraso, subdesenvolvimento e morte e por um mundo novo para quem trabalha e produz, livre de todas as formas de opressão, exploração e discriminação, um mundo de paz, mais fraterno e solidário, um mundo melhor para todos, que dê sentido e conteúdo à luta coerente pela LIBERDADE-DEMOCRACIA-SOCIALISMO.

Recordando palavras ditas do camarada Álvaro Cunhal, Ele foi um dos que não só esteve disponível para “dar a vida num minuto, o que não é difícil fazer, mas dar todos os minutos da vida” o que poucos, muito poucos, estão disponíveis para fazer.

Não é fácil dar todos os minutos da vida. Ele e muitos outros e outras o fizeram ao longo dos últimos 100 anos, resistindo, resistindo sempre, a todo o tipo de ofensivas e manhas de inimigos e adversários, construindo algo que seria aberrante e estúpido não saber preservar nos dias conturbados de hoje: O PARTIDO, “O TEU, O MEU, O NOSSO, DOS TRABALHADORES, DA REVOLUÇÃO AGRÁRIA” a que dedicou cada minuto da sua longa vida, porque até às leis da vida resistiu atingindo a invejável idade de 101 anos, tão recentemente comemorados.

Ele e tantas outras e outros como Ele, que até podiam ter uma “boa e tranquila vida” após o 25 de Abril de 1974 se a motivação para a luta fosse a resolução do seu problema pessoal ou mesmo o dos seus sempre queridos familiares a quem tanto gostariam de dedicar maior atenção. Neste mundo de oportunismos em que vivemos quem os iria criticar se assim fosse? Não faltaria mesmo quem os aplaudisse e louvasse ou mesmo recompensasse por isso. O mesmo se poderia aplicar aos militares de Abril que, após o derrube da ditadura fascista, optaram pela Revolução, defendendo os interesses do Povo e da independência e soberania nacionais, contra as manobras contra-revolucionárias apoiadas pelos monopólios e o latifúndio, pilares e suportes do fascismo.

Mas não. Não desistiram. Não capitularam. Não baixaram os braços. Porque um Revolucionário, com consciência política, que conheça e tenha sempre presente o essencial da teoria Marxista-Leninista, na analise da sociedade capitalista em que vivemos, as condições de exploração e opressão, de miséria e fome, de discriminações e injustiças, de guerras criminosas e de rapina que promove, em nome dos espúrios e insaciáveis interesses de um número restrito de pretensos “Senhores do Mundo”, nunca desistirá de lutar… lutar sempre…sem cair em perigosos desesperos… consciente do papel que lhe cabe desempenhar em cada momento e tendo sempre presente que só com a luta se vence…

Isentos de erros? Só quem não conhece minimamente a História do Partido o pode afirmar…

O que todos podemos afirmar, com justificado orgulho, é que nos 100 anos de História do PCP, os erros cometidos foram-no sempre na convicção de que os caminhos escolhidos eram os melhores para servir os interesses do Povo e em particular dos trabalhadores…

Significa isto passividade e aceitação acrítica de eventuais erros? De maneira nenhuma. Mas os erros não se superam com disputas fraticídas, fraccionismos e muito menos com campanhas contra a Direcção do Partido e difamação dos seus dirigentes.

Os erros, quando cometidos, devem ser analisados com serenidade, rigor e objectividade, sem crispações, acusações e classificações, causadoras de divisões e afastamento de camaradas.

Se assim o fizermos todos aprendemos, partindo mais fortes e confiantes para a luta que se impõe continuar porque mais capazes de evitar a sua repetição no futuro.

Só quem se julga infalível e com infalíveis certezas, num mundo tão complexo e em tão profundas mudanças , pode pensar que se pode acertar sempre… ou julgar e condenar o outro sem ouvir sequer as suas razões…

Ouçamo-nos uns aos outros, ponhamos de parte os desesperos…

Que o exemplo de Jaime Serra e de tantos outros e outras camaradas nos sirva de exemplo para prosseguir com a mesma confiança de sempre a luta pela LIBERDADE-DEMOCRACIA-SOCIALISMO que a todos deve unir.